sábado, fevereiro 9

Máscaras e Cenários


Pego-me ontem à noite assistindo ao BBB. Incomum da minha parte.
No entanto, reparo como é interessante analisar o comportamento das pessoas.

É fácil numa situação como essa ver como as pessoas realmente se comportam diante de uma situação tensa. Não estou falando de "dar uma espiadinha nos brothers", mas sim de reparar como as pessoas praticam algo que eu gosto de chamar comportamento ocasional. É possível mostrar isso através de uma metáfora simples: Imagine a nossa vida como uma grande peça de teatro. Em diferentes cenários, os atores vestem diferentes fantasias e trocam suas máscaras, assim como mudamos de personalidade em diferentes situações. Às vezes a personagem do ator é tão forçada que ele foge de sua compostura padrão para poder encaixar-se a ela. Mas será que nós realmente precisamos ser quem não somos ao tratar com pessoas diferentes? Assim, atrairemos pessoas que não aceitariam o nosso verdadeiro eu?
Pessoas que acabam entrando em um círculo que não tem relação com elas através do uso de máscaras, podem acabar fazendo isso repetidas vezes, até que se percam em intermináveis máscaras, e as suas reais personalidades esvaiam-se pelos cenários em que elas desejaram entrar sem serem elas mesmas.
Então não podemos conhecer pessoas que não sejam parecidas conosco? Não, claro que não. Devemos sim conhecê-las, porém sendo nós mesmos. E aí entra o conceito de flexibilidade moral. Ao invés de tornar se outra pessoa que se encaixe aos outros, a pessoa torna-se flexível para incorporar suavemente traços de outras pessoas e deixar seus traços nelas. Ela não toma uma idéia fixa e isolada em si mesma, e também não copia a personalidade dos outros, mas mescla as idéias e experiências dela e dos outros, formando dentro de si uma próbria Fábrica de Opiniões.

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